“A Parábola do Quebra-Cabeça” (por Helena Yoshima)
“Então ao menino lhe foi dado um presente.
Este presente era tudo para ele, era a sua vida! Tudo se revolvia ao redor deste presente. E o tal presente era um quebra-cabeça.
Cada peça que montava do seu quebra-cabeça, cada peça que colocava no lugar refletia uma etapa de sua vida, um passo, uma conquista… E conforme ele ia vivendo, seu quebra-cabeças ia se formando… ia crescendo com ele, com sua história e suas experiências de vida, sua vivência. Mas, ao centro deste quebra-cabeça, havia uma peça que ele nunca encontrava…
Ia então, montando as laterais, os cantos… mas muitas vezes a ilustração do quebra-cabeça parecia não fazer sentindo, justamente porque aquela pecinha, aquela que ele notara ausente, ali no meio, lhe faltava. Tentou ignorar o fato de que ela não estava lá por um tempo. E seguia montando seu quebra-cabeça. Uma peça a mais aqui, e uma outra ali. Nem sequer olhava mais para o centro da obra. E seguiu assim por muito tempo.
Mas um dia, um pouco mais maduro e talvez até mais reflexivo, voltou os olhos para aquele vazio central e sentiu-se incomodado… de verdade! “Onde estaria a peça que preenche e dá sentido a isso tudo“, ele pensara. E, como que numa busca desenfreada, louca e desesperada, começou a procurar a parte faltante. Percebeu que nada realmente fazia muito sentido se aquela parte que não conseguia encontrar não estivesse no lugar certo, e isso cada vez mais o perturbava… e muito.
Este espaço, com o tempo e depois de muito buscar e procurar, e consultar e recorrer a inúmeras fontes, acabou sendo, momentaneamente, preenchido com chiclete. Acreditem!!! Um chiclete que por algum tempo pareceu lhe satisfazer . Seguiu, então, com a montagem das demais peças… mais uma aqui, e mais uma outra ali do outro lado… E seus olhos bateram no centro, outra vez; naquele chiclete que parecia encaixar-se ali tão bem. E percebeu que apesar de estar encaixado, o chiclete estava endurecido e, na realidade, não compunha a ilustração, a obra, como deveria… Não parecia cumprir seu papel, o papel ao qual fora designado.
Sua busca seguiu, e durante meses e anos o menino, agora já maior procurou preencher o espaço com uma pecinha de um outro quebra cabeça que quase, mas quase se encaixou perfeitamente. Mas a ilustração ainda parecia fora de foco, ou sem sentido… Não pertencia ali. Usou, então, massinha (massa de modelar), o que pareceu dar certo… mas também por pouco tempo; pois afinal era quase o mesmo efeito do chiclete, apesar de poder usar várias cores. Também tentou recortes de revistas, jornais, sempre buscando algo, aquela forma, aquelas cores que estavam faltando… e que também desse sentido a obra, compondo-a da forma única que buscava mas que não conseguia encontrar. E seguiu buscando e tentando preencher aquele vazio central de uma maneira ou de outra. Mas lhe parecia que nunca acharia a peça certa.

Tentamos preencher o Seu lugar com tantas coisas, que até podem nos trazer prazer temporário, mas certamente não a longo prazo.
Buscando um dia entre as peças, meio já sem paciência, esbarrou na caixa de presente. A caixa do quebra-cabeça tinha dentro dela, inicialmente, todas as peças do seu quebra-cabeça, mostrava uma ideia da ilustração, da obra final (que era gloriosa), e tinha também, apesar de nunca ter notado, um pedacinho de papel em que se podia ler, em letras impressas, as instruções para o “jogo”. E então, voltando-se para o interior da caixa, buscando ali dentro, dentro da caixa que fora confeccionada pelo fabricante… xeretando e remexendo, encontrou a peça central. Alegremente, cheio de satisfação, não somente alegria, mas preenchido, satisfeito mesmo, no sentido real da palavra, conseguiu que a pecinha se encaixa-se perfeitamente. Sem o menor esforço, sem distorcer nada, sem forçar nada. As peças ao lado apresentavam traços de suas vãs tentativas, mas o todo parecia tão harmonioso agora, que as marcas nem sequer lhe causavam transtorno.
Pois foi assim, buscando junto às instruções do fabricante, lá dentro da caixa… na origem de tudo, quando e onde tudo começou, quando pela primeira vez deu seu primeiro passo, cumpriu sua primeira etapa, obteve sua primeira conquista, que ele, aquele menino, foi encontrar o que lhe faltava e que dava sentido a todo o seu quebra-cabeça, a toda a sua vida.”
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Quem tem ouvidos, ouça; quem tem olhos, “leia”… Busquem a Deus enquanto ainda há tempo, enquanto se pode achá-lo!
Este espaço, vazio, que faltava ser preenchido; esta busca e sede que todos nós temos, tem um tamanho único, exato, e que nada poderá tomar seu lugar ou preenchê-lo a longo prazo senão a Verdade.
Dinheiro, status, mulheres, carros, casas, luxo, poder… tudo é vaidade, é correr atrás do vento (Eclesiastes). Este espaço que tem uma tamanho único e exato, tem o “tamanho-DEUS” e só poderá ser preenchido por Ele.
Jesus Cristo diz “Eu sou o caminho a verdade e a vida, ninguém vem ao pai, senão por mim” (João 14:06).
*Atenção… o dito popular de que todas as religiões te levam a Deus não têm procedência bíblica.
(**Por Helena Yoshima**)
(Motivação para escrever a parabola, tirada no sermão do Pastor James Greenwood, em ocasião da Celebração do 4º aniversário da Iglesia Bautista Independiente de Pilar – 23/03/2014)